ATA DA CENTÉSIMA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 23.11.1988.

Aos vinte e três dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Quadragésima Sétima Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Mano José, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Clóvis Brum que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata Declaratória da Centésima Quadragésima Sexta Sessão Ordinária e da Ata da Centésima Quadragésima Quinta Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado uma permanente fiscalização e multa, por parte da BM, sobre o estacionamento em calçada e canteiros centrais de carros e, especialmente, caminhões na Rua Emílio Lúcio Esteves; 05 Pedidos de Informações, acerca dos carros locados pelo DMAE em janeiro de 1986, janeiro de 1987 e novembro de 1988; das inscrições, no DEMHAB, de pessoas interessadas em ter a casa própria; do projeto turístico da EPATUR “Conheça a sua Porto Alegre”; dos carros locados pela Administração Centralizada em janeiro de 1986; dos funcionários da EPATUR; pelo Ver. Rafael Santos, 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado que a LBA (Legião Brasileira de Assistência) verifique a situação da creche existente na Vila Brasília. Do EXPEDIENTE constaram os Ofícios de nos 657, 658, 659, 668/88, do Sr. Prefeito Municipal. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. Hermes Dutra, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, passando-se ao período de Pauta. Em PAUTA ESPECIAL, ORÇAMENTOS, estiveram, em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 96/88, discutido pelos Vereadores C1óvis Brum, Hermes Dutra, Antonio Hohlfeldt e Cleom Guatimozim; 98; 99; 100/88; em 4ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 97/88. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 137; 138; 134; 135; 136/88; o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 15/88; os Projetos de Lei do Legislativo nos 163; 170; 171; 169; 175; l77/88; os Projetos de Resolução nos 57; 58/88; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 161; 166; 167; 172/88; os Projetos de Resolução nos 54; 55; 56/88; os Projetos de Lei do Executivo nos 128; 129/88; os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 15; 17; 16; 18/88; o Projeto de Lei do Executivo nº 127/88. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação Secreta foi acolhido o Veto Parcial aposto ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 15/87, por treze votos SIM contra onze votos NÃO. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Resolução nº 53/88; os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 02; 03; 04; 05/88, este último encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella e Flávio Coulon. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 17/87 que, após ter sido discutido pelo Ver. Artur Zanella, teve adiada sua votação por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, do Ver. Werner Becker. Ainda, foram aprovados Requerimentos do Ver. Brochado da Rocha, solicitando alteração na ordem de votação de Projeto constante da Ordem do Dia e solicitando que o Projeto de Resolução nº 53/88 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Ainda, o Sr. Presidente deferiu Requerimento do Ver. Jorge Goularte, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 02/88 seja incluído na Ordem do Dia por força do art. 44 da Lei Orgânica Municipal. A seguir, o Ver. Antonio Hohlfeldt formulou Requerimento solicitando adiamento por duas Sessões da discussão e votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 14/88, o qual, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Hermes Dutra e Jorge Goularte, deixou de ser votado em face da inexistência de “quorum”. Às dezesseis horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a inexistência de “quorum” o Sr. Presidente levantou o trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Artur Zanella, Luiz Braz, Gladis Mantelli, Mano José e Jorge Goularte, o último nos termos do art. 11, § 3º do Regimento Interno e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Mano José e Lauro Hagemann. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. HERMES DUTRA: Para um Requerimento, Sr. Presidente. (Assentimento do Sr. Presidente.) Requeiro que se faça a inversão na ordem dos trabalhos, no sentido de que corra a Pauta. É que a Legislatura se aproxima do fim e há muitos Projetos. E depois passaríamos ao Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca em votação o Requerimento do Ver. Hermes Dutra. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL – ORÇAMENTOS

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2172/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 096/88, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município para o exercício econômico-financeiro de 1989.

 

PROC. 2175/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 098/88, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Habitação para o exercício econômico-financeiro de 1989.

 

PROC. 2176/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 099/88, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Água e Esgotos para o exercício econômico-financeiro de 1989.

 

PROC. 2177/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 100/88, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana para o exercício econômico-financeiro de 1989.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. 2174/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 097/88, que aprova o Orçamento Plurianual de Investimentos para o Triênio 1988/1991.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Hermes Dutra, primeiro orador inscrito em Pauta Especial, que troca seu tempo com o Ver. Clóvis Brum. V. Exa. está com a palavra.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a 3ª Pauta Especial é para discussão do Orçamento do Município de Porto Alegre. Peço que a taquigrafia registre com clareza, com transparência – como sempre o fez – a minha manifestação nesta tarde. Manifestação de alerta ao Partido dos Trabalhadores com assento nesta Casa, manifestação de alerta ao Prefeito eleito Olívio Dutra para que ainda em tempo hábil passe a discutir com o Prefeito Alceu Collares, com o Secretário do Planejamento atual, no sentido de viabilizar a proposta orçamentária para o ano que vem com a sua ação de Governo, a fim de que não tenhamos aquela desculpa de que o PT não pode realizar o seu trabalho, a sua proposta, porque o Orçamento que recebeu tem outra destinação, é pobre, não é o orçamento, nem são as metas pelas quais o PT iria dirigir Porto Alegre. Estou chamando a atenção, na tarde de hoje, com toda a tranqüilidade. Tem tempo suficiente para que o Dr. Olívio Dutra, mesmo antes de se preocupar com os cargos que a Prefeitura detém, cargos de confiança, eu espero que o Prefeito Olívio Dutra e sua equipe de trabalho passem a se preocupar com esta proposta orçamentária Ainda há tempo de se alterar esta proposta orçamentária; estou disposto a oferecer o meu voto favorável a qualquer alteração da proposta orçamentária ora em discussão a fim de compatibilizá-la com o programa de ação do novo governo que se instalará a partir de 1º de janeiro, na Capital do Rio Grande do Sul. Estou chamando a atenção, porque eu não vou aceitar desculpas de que o PT não pode administrar porque a proposta orçamentária aprovada pela Câmara não foi aquela que viabilizaria uma administração à altura da programação do PT. Não. Não estou criticando, não estou ofendendo, estou apenas chamando a atenção do Partido dos Trabalhadores, do Prefeito eleito Olívio Dutra, para que imediatamente apanhe esta proposta orçamentária e passe a discuti-la. Se tiver que alterá-la, proponha ao Prefeito Alceu Collares a alteração e tenho certeza que o Prefeito Alceu Collares deverá, eticamente, aceitar as ponderações do Prefeito eleito Olívio Dutra, a fim de que esta proposta aprovada ofereça condições do PT no primeiro ano apresentar alguma resposta à cidade de Porto Alegre.

Ver. Antonio Hohlfeldt, chamava eu atenção, já que V. Exa. acaba de retornar ao Plenário, de como nós estamos na 3ª Sessão de discussão da Pauta do Orçamento, seria de bom senso que o PT, V. Exa. juntamente com os novos Vereadores do PT e o Prefeito eleito Olívio Dutra, examinassem essa proposta orçamentária imediatamente e contatassem com o Chefe do Executivo atual, a fim de que, se houver necessidade, se faça em tempo hábil. É que ainda há tempo para as correções necessárias nesta proposta orçamentária, a fim de que não tenhamos o desprazer de receber no próximo ano desculpas de que a proposta orçamentária é incompatível, é inconseqüente, não atinge as necessidades fundamentais nem muito menos a ação de governo do Sr. Olívio Dutra.

Eu chamo atenção porque não estamos aqui para fazer a crítica pela crítica, eu já disse que a decisão das urnas está aí para ser acatada, para ser trabalhada, e para ser levada adiante. O povo de Porto Alegre quer Olívio na Prefeitura e o povo de Porto Alegre espera a colaboração da Câmara de Vereadores à administração do Prefeito Olívio Dutra. Agora, pelo menos, que o Prefeito Olívio Dutra, sua equipe de trabalho, comecem a se preocupar se esta proposta orçamentária é compatível com o programa de governo do Dr. Olívio Dutra. Se for, eu já estou votando favorável; se não, que se altere imediatamente. Aliás, o Prefeito Alceu Collares já recebeu o Prefeito eleito Olívio Dutra para tratar desses encaminhamentos. Acredito que o Prefeito Olívio Dutra não deve perder esta oportunidade, até porque a proposta está aqui. Por favor, não precisa convocar a Câmara extraordinariamente a partir do dia 1º de janeiro, com ônus para o povo de Porto Alegre, para examinar ou alterar isso. Isso pode ser feito agora. É simples, basta que seja examinada essa proposta, apresentada ao Prefeito as alterações e este manda uma Mensagem Retificativa e nós já entregaremos um orçamento dentro desses recursos, mais aproximado possível ao programa de Governo do Dr. Olívio Dutra. Estou chamando a atenção desse fato agora para que, a partir de janeiro, não me diga “é, mas a proposta aprovada não era aquela, a proposta aprovada, esses recursos estão destinados para outras coisas, temos de convocar a Câmara extraordinariamente para alterar esta proposta”. Vamos alterar agora, se tiver de ser feita alteração.

 

O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Dentro do espírito de colaboração de V. Exa., também gostaria de colaborar, porque li que se poria a transformação em OTN do IPTU. Lembro que para evitar um erro, que seria lesivo aos porto-alegrenses e que seria acusado disso o Dep. Olívio Dutra, que se vier essa proposta de otenizar o imposto, que ele seja, primeiro, deflacionado. Caso contrário, o povo vai pagar duas vezes, porque já veio com uma previsão de inflação compatível com as expectativas; se passar a OTN, temos de deflacionar e também estudar, com todo o carinho, a criação de mais um imposto sobre o porto-alegrense, o imposto sobre combustíveis, que vai pegar gasolina, álcool, o que não deve estar dentro do programa do PT, a criação de um imposto a mais. Alertamos que deve ser feito um destaque dessa parte, a fim de que não se crie um imposto do Partido que neste momento assume o poder. Sou grato a V. Exa.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Quero deixar bem claro na minha intervenção, não gostaria de analisar qualquer proposta sem que ela, pelo menos, dê entrada na Casa. Concordo com as suas preocupações, Ver. Artur Zanella. No entanto, fico apenas com a preocupação, com a missão cumprida, diríamos assim, de chamar a atenção do PT para essa Lei Orçamentária. É isto que o PT precisa para administrar Porto Alegre? É isto que é bom para atender as necessidades mínimas da administração do Dr. Olívio Dutra? Se é isto, o meu voto é favorável. Se não é isto, por favor, que mandem imediatamente as alterações que devem ser feitas, para que sejam feitas.

O que não vamos permitir, ou, pelo menos, ficar contemplando é de que se inicie 1989 com convocações extraordinárias da Câmara de Vereadores para se alterar a Lei Orçamentária, quando poderia ser alterada agora.

 

O Sr. Paulo Sant’Ana: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum, salvo melhor juízo, não poderia ser convocada a Câmara para modificar o Orçamento no ano em que vige o Orçamento, acho que há uma impossibilidade técnica.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Aliás, o Ver. Paulo Sant’Ana me lembrou uma coisa importante, pois trago a nova Constituição no bolso, pelos benefícios que o PMDB injetou aqui dentro dela. Mas, me socorre o Ver. Paulo Sant’Ana para um assunto seríssimo, Ver. Antonio Hohlfeldt, temos até 31 de dezembro para se alterar esta Lei Orçamentária. Depois, só suplementação; tirar de uma rubrica, isto depois de julho.

Então, vejam bem a dificuldade que ficaria a Câmara e a Administração do Dr. Olívio Dutra se não fizer as alterações até 31 de dezembro.

Deixo aqui o meu alerta. Receba, Ver. Antonio Hohlfeldt, como uma contribuição essa preocupação. O que eu quero é que a Administração do PT chegue na Prefeitura com uma proposta orçamentária, se não a ideal, mas, pelo menos aquela que tenha condições mínimas de oferecer ao novo Prefeito condições de trabalho, e que não encontre o novo Prefeito o triste episódio do início da Administração Simon, não havia iniciado a administração do Estado e os funcionários em vários setores da administração já estavam em greve. Não desejo a mesma sorte para a administração do Dep. Olívio Dutra. Desejo que o Prefeito Olívio Dutra tenha uma gestão profícua com relações boas para Porto Alegre; não sonho de que o Prefeito Olívio Dutra vá resolver todos os problemas da Cidade nem tenho delegação para fazer essas afirmações, mas acredito nos propósitos do PT; acredito na soberania da vontade popular. E, finalmente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acredito que a administração do PT, futura administração do PT, não vai se furtar, não vai perder a oportunidade que têm até 31/12 para alteração desta proposta orçamentária, aliás, não é até 31/12, Ver. Paulo Sant’Anna. Eu até corrijo, nós temos poucos dias para terminar o prazo legal a fim de aprovação do Orçamento, se não aprovarmos até 30/11, o Município continuaria com o Orçamento atual corrigido, evidentemente, com a inflação.

Mas fica aqui o meu registro; só tive esta finalidade na tribuna de dar a minha contribuição, preocupação, de registrar a minha preocupação no sentido que o PT examine esta proposta, a fim de que se possa, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, oferecer condições orçamentárias, com mínimas possibilidades, se assim se pode dizer, face às dificuldades de recursos, mas que o PT participe. E que não tenhamos a partir de janeiro aquela desculpa de que o PT não tem condições de administrar, por que o Orçamento não era aquele que o PT queria.

Fica aqui a nossa advertência, a nossa preocupação e o registro que faço nesta tarde para que os Anais da Casa me socorram durante os debates, ao longo do ano de 89 que haveremos de travar, se Deus quiser, neste recinto. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Hermes Dutra.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a eleição, em função do período por ser no mês de novembro, traz o inconveniente de não se apreciar com a devida atenção o Orçamento do Município, porque, como deve ser votado até 30 de novembro, obviamente, o debate tem que ser feito nos meses de outubro e novembro e, em ano eleitoral, sabidamente, todos estão envolvidos com a campanha. De forma que o Orçamento neste ano não vai ser debatido, lamentavelmente, como deveria ser. Também não pude fazer uma avaliação mais profunda. Agora, queria fazer algumas considerações em relação a alguns aspectos do Orçamento, para que os Anais registrem as derradeiras participações que vou ter no assunto. Em primeiro lugar, num País com a economia inflacionada como a do Brasil, há um dualismo de tratamento na questão orçamentária que é contraditório. Por exemplo, o IPTU projeta a inflação que passou e o ISSQN, o ICM e o IPTU são as três principais fontes de receita do Município e projetam uma inflação que vai haver. Então, vejam V. Exas., que, segundo orientação - aí não é culpa do Prefeito, o Estado deve ter feito assim –, se projeta para o ano que vem uma inflação em torno de 400%. Ora, a inflação deste ano deve chegar este ano perto de 1000%. O Executivo Municipal manda dizer que colocou no Orçamento previsão de arrecadação de receita tributária concernente ao Imposto Predial e Territorial Urbano, o relativo a um acréscimo deste ano em torno de 600%. Ora, em assim sendo, o próprio Executivo reconhece que não quer onerar o porto-alegrense, embora a inflação seja bem maior, só vai aumentar 600%. Eu acho esse tipo de política errada. Não sou dos que apregoa aumento de impostos, porque a classe média que suporta tudo neste País já está pela hora da morte com relação ao que lhe tomam os ineficientes Governos Estaduais, Federal e Municipais. Mas não é justo, também, para o próprio Município que, se há uma inflação em torno de 700, 800%, queira o ocupante da cadeira municipal fazer graça com o chapéu alheio, cumprimentar os outros com o chapéu que não é seu, porque, na verdade, ao aumentar o IPTU em 600% estaria fazendo a não-oneração do contribuinte. Ora, o que deveria fazer o Executivo e deve vir a Lei para cá é saber diferenciar aquele que tem uma grande mansão daquele que tem uma casa média, que tem só aquilo como moradia ou como fonte de renda, porque, em Porto Alegre, muita gente tem uma casa e vive do que lhe rende aquela casa, então também tem que se levar em consideração isto aí. E, na hora de proceder este aumento, precedê-lo de forma justa com o contribuinte e com o Tesouro Municipal, porque não se pode beneficiar um em detrimento do outro. Alguém talvez diga que se está falando em aumento de imposto, aonde é que se viu isso! Mas, por que não? Se a inflação for “x”, o imposto deve ser aumentado na mesma proporção, ressalvado, é claro, o aspecto do reajustamento salarial. Mas como o IPTU é aumentado uma vez por ano e todos os trabalhadores na época do seu dissídio tem a reposição assegurada do IPC, pelo menos do IPC, uns conseguem mais, outros conseguem até ali, mas pelo menos conseguem, então não se estará fazendo injustiça. Estará se fazendo injustiça, isto sim, ao Tesouro Municipal se permanecer esta forma rasa de aumento, nivelando todos como se esta Cidade fosse habitada só por uma categoria.

Mas me chamou a atenção, também, um outro detalhe do Orçamento que quero registrar e me somar ao que disse o Ver. Clóvis Brum, num debate de televisão, no qual estava o Ver. Antonio Hohlfeldt, inclusive, que o futuro Prefeito não deve ficar só na televisão e no rádio dando entrevistas, deve dizer aqui o que quer mudar no Orçamento até para ver se a Casa concorda. Eu, por exemplo, defendo que S. Exa. tem todo o direito de mudar destinação de verba, para isso contará com o meu voto, desde que não venha onerar mais o porto-alegrense; com exceção desta ressalva que fiz do IPTU, não aceito mais oneração em cima do porto-alegrense, mas acho que o Prefeito Olívio Dutra tem todo o direito e contará com o meu voto para isso, para modificar as prioridades que se quer dar no Orçamento. Eu não tenho os. dados deste ano ainda e fico meio impossibilitado de fazer uma avaliação mais profunda sobre os gastos com educação. O Sr. Prefeito Municipal tem cantado aos quatro ventos de Porto Alegre, e para o Brasil afora, que a sua obra em educação é revolucionária. Entretanto, no ano passado aplicou 17% em educação, quando a Constituição manda que seja 25% e diz S. Exa. que, para o ano que vem, está previsto, dentro dessa revolução, que ele espera, decerto, que o PT continue, 26% na área de educação. Mas uma coisa é estar no Orçamento e outra coisa é a sua aplicação. Eu não posso fazer afirmação, até por que não sou leviano a tal ponto, mas acho que, pela autoridade que tenho em tratar esses assuntos aqui, posso supor que este ano não será gasto o que determina o mandamento constitucional em educação. Não foi no ano passado, não foi em 86. Em 86, poderia alegar que o Orçamento vinha do Governo anterior, embora a verba estivesse alocada, viesse na reserva de contingência e com adendo especifico: para complementar aquilo que a Constituição determina, que tinha sido mandamento de 85. Não sei se será aplicada, e este ano tenho sérias dúvidas se foi aplicado 25%, o que, não ocorrendo, constitui crime de responsabilidade, porque é um mandamento constitucional que está sendo desobedecido. É importante que se saliente esta questão. Eu ouvi alguém pedir a opinião do Ver. João Dib, se ele era a favor da otenizaçao do Orçamento, que o futuro Prefeito tinha proposto. Eu não ouvi o futuro Prefeito propor isto, mas ouvi essa pergunta ao Ver. Dib e suponho que, efetivamente, o Prefeito Olívio deva estar com essa idéia na cabeça, ou propôs isto publicamente. Eu não ouvi. Mas esta questão de otenizar o Orçamento tem um princípio de grande validade, que é colocar uma verdadeira transparência nas contas. Disto não há a menor dúvida, porque do jeito que está, num País de economia inflacionada como a nossa, é impossível se fazer uma avaliação séria em cima de números, na base do acho. Acho que a inflação do ano que vem vai ser 381%. Então, aloca verbas nesse sentido. Se ela vai a 1000%, aplica o que manda o Orçamento e está fazendo uma fraude, na verdade, para a população. Mas otenizar o Orçamento sem uma avaliação profunda das conseqüências de um mecanismo novo na administração, eu confesso que tenho sérias dúvidas e não sei se darei o meu voto, que ainda votarei nesta questão, para a otenização do Orçamento. Acho que ainda tenho que ser convencido sobre esta necessidade, não contra o princípio, pois, repito, acho o princípio bom, dá mais transparência à disponibilidade de verbas para serem aplicadas. Mas não sei se, em termos administrativos, é possível fazer-se esta mudança em cima da hora, sem que tivesse sido trabalhado tudo aquilo que vem atrás do Orçamento. É uma dúvida que tenho e que, a se confirmar esta idéia do PT, até gostaria de ser convencido. Para encerrar, vou comentar o aspecto da despesa com a Câmara Municipal de Porto Alegre. Quero repetir o que venho dizendo há dois anos: lamentavelmente, a grande luta que os Vereadores tinham que fazer, na Constituinte, era quanto à sua independência financeira. O Poder Legislativo tinha que ter independência financeira e não tem. Então, toda vez que se precisa de verba aqui, tem-se que ir de chapéu na mão até o Prefeito Municipal. Prevê-se, para o ano que vem, despesas para a Câmara Municipal na ordem de 5% do Orçamento, o que, na verdade, significa um pouco menos do que foi aplicado nos anos de 84 e 85, quando a Câmara chegou a até 6% do Orçamento. Faço este pequeno registro até para que a história seja mais imparcial quando alguém for tratar desta questão de despesas do Legislativo. Também por absoluta falta de dados em relação a este ano, tenho para mim que a Câmara vai estar custando menos ao porto-alegrense, em termos relativos. E, para concluir, tenho que chamar a atenção de V. Exas. para o problema do IPTU que aconteceu este ano, que é aquela dualidade contraditória de que falei no início. De uma arrecadação prevista de 23% do total que entraria no Orçamento, se reestimou esta arrecadação para 8,2%, o que quer dizer, na verdade, 35% da participação esperada do IPTU nas receitas municipais. Isto é lamentável, porque, se é verdade que nós não devemos transformar a classe média de Porto Alegre em sustentadores da Prefeitura e da Câmara, não é menos verdade que, efetivamente, a nível de participação global, o IPTU, a sua participação, está muito pequena. Muito obrigado.

 

    (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Inscrito em Pauta Especial, o Ver. Antonio Hohlfeldt, que tem a palavra.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não é de hoje, com a perspectiva de o Partido dos Trabalhadores vir administrar a cidade de Porto Alegre, nos próximos 4 anos, que me ocupo do Orçamento, aliás, da mesma forma que o Ver. Hermes Dutra. De qualquer maneira, quero agradecer ao Ver. Clóvis Brum, a preocupação em torno dessa questão que, efetivamente, é central. Agora, dizia, há pouco, o Ver. Hermes Dutra, que com a inflação galopante que temos aí, evidentemente, que qualquer peça orçamentária que examinemos, ela é, na verdade, uma obra de ficção, porque ela fica ultrapassada, no máximo, em torno de 4, 5 meses, e em torno de maio não temos mais o que aplicar, não temos mais a previsão de despesa e de receita, elas foram, ambas, absolutamente ultrapassadas. Sobretudo, porque é uma velha prática, dos tempos de ditadura, cuidadosamente respeitada pelo Prefeito Collares, que é de subestimar, sobretudo a receita, com o que se passa a ter, muito cedo, a arrecadação a mais, e se fica mais liberado, sem o controle do Legislativo, em relação à aplicação da verba, por parte do Executivo, já que, no mínimo, os 25% iniciais, o Prefeito tem inteira liberdade de aplicá-los como bem entender. Eu lembraria, aqui, que em anos anteriores, tanto em quanto o Ver. André Forster, hoje na Metroplan, havíamos apresentado emendas restringindo a aplicação desses 25% de maneira paritária, em cada Secretaria, exatamente para evitarmos o que foi feito na atual Administração, especialmente neste ano por que a Emenda deste mesmo teor, uma eqüidade de suplementação em relação às Secretarias, e que foi uma Emenda apresentada pela Verª Gladis Mantelli, teve veto do Executivo, que não conseguimos derrubar. Em decorrência, o que temos visto? Uma concentração de verbas na SMED que nem por isso chegou a cumprir o que manda a Constituição Federal, como bem disse o Ver. Hermes Dutra, e a perspectiva, neste ano, no Orçamento, corrigido e concretizado, não se deverá atingir os 25%, mas houve um esvaziamento fantástico das demais Secretarias. Para tranqüilizar o Ver. Clóvis Brum, até porque nos últimos dias sofremos um violento (...) na área da informação a favor ou do PMDB ou do PDS ou do PDT, e não culpo apenas os meios de comunicação, não conseguimos divulgar esta nota à imprensa, de cinco folhas, data do dia 11 de novembro, portanto, quando nós, pessoalmente acreditávamos que iríamos ganhar o pleito, mas não tínhamos os resultados das urnas, fazíamos uma análise prévia do Orçamento. Alguns jornais deram uma nota pequena, e nos divertíamos, pois tomando a análise do Dep. Carrion Jr., ex-PMDB, então candidato à Vice-Prefeitura do PDT, o qual fez uma bela análise crítica da proposta orçamentária do Governo Simon no Estado, e com o qual concordamos em quase tudo, pois a competência do Deputado é irretorquível. Aplicamos a mesma análise à proposta orçamentária do Prefeito Collares e confesso que se não tivéssemos a perspectiva de ganhar a Prefeitura teríamos rido às gargalhadas, pois tudo que o Dep. Carrion Jr., criticava, condenava e denunciava no Governo Simon, na aplicação do Orçamento enviado pelo Executivo do PDT ficou pior. É ainda pior.

Vou lhe dar um exemplo: o Dep. Carrion Jr. diz, textualmente, de que o Governador Simon e sócio da inflação porque como boa parte dos impostos estaduais estão otenizados ou são calculados com índices inflacionários, é evidente que gera um recolhimento a mais, nominal, ao menos; pode até não haver o recolhimento final a mais, eis que as pessoas deixam de pagar impostos porque também deixam de produzir. Mas nominalmente há uma inflação e com isto ganha o Estado. Ora, 70% dos impostos municipais vivem exatamente disto. É um percentual superior ao do próprio Estado que é o retorno do ICM, que é o retorno do IPI, que é o retorno IPVA, que é o retorno do imposto rural cobrado pelo INCRA, que é o retorno do Imposto de Renda devido aos Municípios, que é um pequeno percentual, e vai por aí afora. É um exemplo. Posso levantar outro: o Dep. Carrion Jr. condena o Governador Simon porque diz que o Governador Simon trabalha com o arrocho salarial do funcionalismo, o que, aliás, tem razão. Mas se nós analisarmos a proposta orçamentária e a prática do Governo do Estado e do Governo Municipal, o que nós temos visto? Nós temos visto que o Governo Simon, sobretudo neste ano, faz o quê? Ele criou a trimestralidade que corrige pelo índice inflacionário. Então um funcionário público estadual perde no 1º e no 2º mês, mas recupera, integralmente, no 3º mês para perder de novo nos dois meses seguintes e empatar no 3º mês, e assim por diante. Ora, o que ocorre com a Prefeitura Municipal? Ocorre a bimestralidade. Aparentemente melhor. Mas o Prefeito não chega a repor a URP - não é o índice inflacionário, é a URP. E, portanto, o funcionário público municipal perdeu sempre, mês a mês, semana a semana, dia a dia, ano a ano, ao longo dos 3 anos da Administração do PDT. Tanto é que a defasagem, hoje, chega realmente a níveis fantásticos entre aquilo que o salário do municipário comprava no início de 1986 e aquilo que não compra hoje, no final de 1988. Então, Ver. Clóvis Brum, quero agradecer a sua preocupação, dizer que nós já temos, digamos, uma análise geral e, inclusive, hoje, à tarde, a assessoria do PT já deve estar se encontrando com o Secretário Políbio Braqa para levantar alguns dados mais objetivos. Agora, onde, eventualmente, mexer? Por exemplo, é evidente que este Orçamento foi absolutamente subestimado, no mínimo, em dois itens gravíssimos. O primeiro, nós sabemos que todo orçamento é subestimado, o que, aliás, o Dep.Carrion Júnior denuncia isso com relação ao Governador Simon e o mesmo mandou uma Mensagem subestimada para o Estado do Rio Grande do Sul e os Deputados Petistas estão emendando neste sentido, de tornar a proposta mais realista nas suas receitas e nas suas despesas.

Pois observem, Ver. Clóvis Brum, que o Prefeito Collares conseguiu mandar uma Mensagem com a subestimação da subestimação: os dados de transferência do Estado previstos na Mensagem orçamentária do PDT, são menores do que os dados que o próprio Estado tem registrado no seu orçamento. A pesquisa foi feita através da documentação disponível no GOP, que é o Gabinete de Assessoria que o Governo do Estado tem e que trabalha também junto à Assembléia Legislativa. São dados oficiais e isto é grave, porque dá a bagatela de diferença de 1/4 de receita. O que dignifica os 25% exatamente da primeira suplementação imediata, automática. Mais do que isso, Ver. Clóvis Brum: se pode captar claramente algumas contradições amadoras. Por exemplo: o Prefeito Alceu Collares jogou duro contra a greve dos municipários prometendo, inclusive, um Plano de Carreira, que, aliás, está aí na Casa com distorções fantásticas, que não o tornam apenas impagável, eventualmente, porém nós entendemos que, até, poderemos pagá-lo, após distorcidas essas distorções, porque vamos tornar algumas previdências imediatas neste sentido, mas com distorções que vai criar um processo que existia e denunciamos no DMAE e no DMLU e no DMLU evitamos algumas coisas com aquela prática legal que fizemos aqui, com apoio inclusive com Vereadores do PDT, de pedirmos destaque na votação da gratificação sobre gratificação.

Então, a Constituição tentou acabar com os marajás e nós estamos criando novas classes de marajás, porque não é para o funcionário que vai se criar o privilégio, evidentemente que não, é para aqueles de sempre - troca partido, vira partido, eles dão um jeitinho, trocam a filiação e estão lá em cima de novo. Pois esses têm vantagens fantásticas, tiveram no DMAE, tiveram no DMLU, estão tendo com os retratos claros e já identificados no Plano do DEMHAB, como na Administração Centralizada, à revelia dos outros, dos pequenos, dos que trabalham de verdade, dos que fazem com que a máquina municipal realmente ande; tanto é que o Prefeito Collares teve até que retirar os Projetos porque ele próprio se apavorou com alguns contrabandos que a Administração tinha posto.

Pois bem, ainda tem outros e essas coisinhas que terão que ser arrumadas, mexidas, de toda a maneira, realmente criam uma possibilidade incrível de aumentar a folha de pagamento. Agora, curiosamente, ao mesmo tempo em que o Prefeito Collares acenou com este Plano de Carreira novo e o enviou à Casa para ser aqui votado, o que ele prevê no Orçamento é bom que os funcionários municipais, que eventualmente estejam aqui, ouçam com clareza o que estou colocando, hoje, como coloquei no dia 8 de novembro.

Sabe qual é o aumento de funcionalismo, Ver. Clóvis Brum, previsto para o Orçamento de 1989? Trezentos e oitenta e cinco por cento; apenas trezentos e oitenta e cinco por cento. O que vai ser comido em dois ou três meses, depois não tem mais, segundo o Orçamento previsto. Só o novo Plano de Carreira come mais do que a metade disto em janeiro.

O Ver. Hermes Dutra levantava a questão do IPTU. O IPTU, Ver. Hermes Dutra, está calculado com o aumento de 600%, abaixo da inflação e neste sentido pernicioso ao Erário Público e mais do que isto Vereador, como até agora o Projeto especifico não veio para Casa, nós não sabemos como está distribuído, se é 600% a varrer, do pequenininho ao maior ou se tem faixas em que há uma incidência diferenciada, como me parece que seria de justiça social um imposto proporcionalmente menor ao pequeno, um imposto proporcionalmente maior àquele proprietário maior. Tentando segurar a sua preocupação de sempre que também é minha, até um certo ponto, que é o da classe média que realmente acaba prensado de tudo quanto é lado.

Então, nós temos claramente essas distorções orçamentárias e temos uma outra que é fantástica; eu lembro que com as demais Lideranças da Casa estivemos com o Prefeito Collares, ainda no movimento dos municipários de agosto e S. Exa. incluía, no acordo celebrado com os funcionários, a possibilidade de usar a arrecadação a mais da reforma tributária que a Constituição viesse a decidir, 50% em favor dos funcionários. Isso está. escrito, está assinado; 1embro de que os Vereadores que lá estiveram firmaram esse acordo, quando embutimos, por minha iniciativa, a bimestralidade, na Lei, porque até agora vinha sendo praticada, mas não estava garantida na Lei, como agora está. Por incrível que pareça, depois o Prefeito Collares jurou de pé junto que o Plano de Carreira era viável, porque a reforma tributária entra no dia 1º de janeiro, porque a Prefeitura vai ter dinheiro, vai nadar em cima de dinheiro, o que é uma grossa enganação, porque nas Disposições Transitórias da Constituição está muito claro que a reforma entrará em vigor cinco meses após a homologação da Constituição, ou seja, entra em vigor no dia 1º de março de 1989. Como a maior parte dos tributos é via Estado, vai levar mais dois meses para chegar efetivamente aos cofres da Prefeitura, chegará apenas a partir de 1º de maio. Vamos eventualmente sentir algum efeito a partir de 1º de maio, se é que o repasse de atribuições não vai comê-la antecipadamente em percentuais muito maiores, como desconfiamos. De qualquer maneira, como, na verdade, o Orçamento é uma mera peça de ficção, estamos examinando, sim, essa questão da otenizaçao, que é algo que me preocupa, também tenho dúvidas, era uma Emenda levantada pela minha assessoria e estamos analisando-a, inclusive conversando com os companheiros do DIEESE para verificar isso. A nossa idéia seria, otenizando o Orçamento, podermos otenizar também os salários e impostos, fazendo uma unidade clara, transparente que nos permitirá ter sempre uma mesma moeda com que jogarmos, sempre com a preocupação de recuperarmos mais rapidamente possível os salários dos funcionários. É o estudo que está sendo feito nesse momento. Não sei se será possível exatamente pelas preocupações de V. Exa. colocá-lo, de imediato, nesse ano, mas certamente alguma coisa deverá ser feita a partir daí. Em segundo lugar, temos também a preocupação com o déficit já previsto de 12 bilhões. Sobretudo, porque tive a desagradável surpresa, ontem, de ver confirmada uma denúncia que havia recebido há uma semana atrás, de que o Dr. Nelson Castan, que se elegeu com o engodo da população, fez a festa e quem vai pagar a festa somos nós, nenhum ônibus da Carris foi pago até o momento. E isto que ele cobrou tarifas a mais, vendeu terrenos da Carris e vai por aí afora, não tem nenhum ônibus da Carris pago, e as contas da Carris no Banco Meridional se encontram bloqueadas no que tange à venda de tíquete escolar, esta é a realidade que escorregou um empresário do transporte escolar, ontem, e a gente confirmou este dado.

De maneira que já temos previsto, entre outras coisas, uma Auditoria na Cia. Carris Portoalegrense, para deixar muito clara a situação de certos setores da Prefeitura. E a Carris é um dos setores que vai merecer muita atenção, pelos projetos prioritários do Partido dos Trabalhadores. Ela terá um papel prioritário.

Então, Ver. Clóvis Brum e Ver. Hermes Dutra, nós estamos cuidando do Orçamento, o Prefeito Collares foi de um cavalheirismo a toda prova, abriu as informações, nós vamos buscá-las e vamos, inclusive, trazê-las, antecipadamente, na medida em que as dispusermos, a esta Casa. Não pretendemos convocar extraordinariamente a Câmara, até porque não podemos. E pretendemos não chorar, mas denunciar aquilo que tiver sido mal feito.

E no mais tratar de tocar a responsabilidade que, a partir do mês de janeiro, é nossa, Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em Pauta Especial, inscreve-se o Ver. Cleom Guatimozim.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Vereador que me antecede nesta tribuna não faz um exame do Orçamento, faz uma série de acusações, inclusive, deixando a impressão de que na elaboração do Orçamento houve má-fé por parte do Executivo, quando consignou em determinadas rubricas quantias menores do que aquelas que deveriam ser consumidas. O que me surpreende é que é um Vereador já com certa experiência na Casa, com seis anos, esqueça que os orçamentos, todos eles, podem ser suplementados. O Orçamento é apenas uma previsão, é a ótica do Executivo com relação ao momento. Quem é capaz de fazer um Orçamento em novembro deste ano e que não sofra nenhuma modificação até dezembro do ano que vem, com esta inflação que estamos vivendo, no momento, com esta instabilidade econômica?

A resposta é ninguém; se está consignado na rubrica para aumento de vencimento do funcionalismo uma quantia inferior, àqueles que conhecem o Orçamento sabem que ele pode ser suplementado, e sabem também que existe uma rubrica chamada Reserva de Contingência, onde se pode lançar mão; a Reserva de Contingência é uma rubrica onde tem uma determinada importância e os Executivos, o Poder Público podem lançar mão daquela importância para colocar onde está faltando.

Então, Srs. Vereadores, pegar o Orçamento nu, cru pelas suas rubricas, pelas suas verbas, códigos e dizer que ele não está de acordo com a realidade, foi isto que fizeram no Governo Federal, também, os Deputados e Senadores que disseram que o Orçamento não correspondia à realidade.

Aqui, no Governo do Estado, o próprio Dep. Carrion Júnior denunciou que o Orçamento não correspondia à realidade. Acho que deveria a assessoria dos Executivos, hoje, possuir uma bola de cristal, cartomante ou jogo de búzios quem sabe, para saber que quantia deve fixar para o Orçamento.

Ora, o Orçamento é uma previsão do que vai ser arrecadado, do que vai ser gasto, e ninguém têm condições de dizer o que vai gastar. Hoje, eu vi o editorial do jornal Zero Hora e escutava na rádio Farroupilha um comentarista dizendo que esta Câmara Municipal ia deixar o maior legado da história vergonhosa, por que havia votado 280 cargos de cozinheiras; ele queria saber para onde ia tanta cozinheira. Há pouco eu ouvia na rádio Farroupilha, além do editorial do jornal Zero Hora de hoje. Pois eu respondo a essas pessoas pouco esclarecidas, para fazer um comentário à situação. Esta Casa não deu cargos para 280 cozinheiras, criou cargos para concurso público. Vai ser feito um concurso, e eu não sei se o articulista daquela matéria quer se candidatar, ou quem sabe tem uma genitora que deseja ser cozinheira da Prefeitura que pode fazer o concurso público, tanto o articulista do jornal Zero Hora como da rádio Farroupilha de hoje. Se a genitora deseja fazer, há tempo, desde que não exceda o limite de idade.

Vejam, senhores, nós temos 19 CIEMs, nós temos Hospital de Pronto Socorro, onde são usadas as cozinheiras para fazer a alimentação dessas crianças, onde são usadas as cozinheiras para cozinhar para os doentes do hospital. Então, tem que haver, além das nomeadas, ter uma reserva de cozinheiras. Se forem 20 cozinheiras, nós teremos 260 na reserva: uma não deseja mais ser cozinheira, a outra casou e o marido não deixa, etc. Então, os 280 cargos criados por esta Casa, não foram para empregar 280 pessoas. Não. Foi para abrir um concurso público para as cozinheiras dos CIEMs. É uma santa ignorância as articulações feitas em torno desses 280 cargos de cozinheira, aprovados acertadamente por esta Casa.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu efetivamente fico estarrecido, pois, como um jornal do porte da “Zero Hora”, e eu digo isso com a maior tranqüilidade, pode permitir que um editorialista, eu não sei quem é, faça o editorial, que expressa o pensamento da direção do jornal, em cima de informações equivocadas? Eu fiquei pasmado, porque eu não gosto de ensinar ninguém a fazer o seu oficio, como não gosto de que me ensinem a fazer o meu, mas isso parece que é fazer um jornalismo com pouca responsabilidade. É a mesma coisa no aspecto dos vigilantes, nós sabemos que os prêmios públicos são aumentados, não é porque o Prefeito é do PDT que eu vou deixar de reconhecer isso.

Quer dizer, são questões que a nós que defendemos a livre imprensa, que achamos que a imprensa tem que estar nas mãos de particulares e não nas mãos do Estado, a nós esse tipo de coisa nos tira um pouco a razão da defesa que fazemos da livre imprensa, porque muitas vezes erros grosseiros desse tipo, nos tiram a autoridade moral para defender a livre imprensa, e vêm dar razão àqueles que vivem apregoando a estatização da comunicação.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu recolho o aparte de V. Exa. e digo que esses cargos também estão previstos no Orçamento. Não me surpreendo. Escrevi muitos artigos e editoriais, os quais poderia comprovar, porque tenho-os na mão, tanto na Zero Hora como no Jornal do Comércio. Ainda ontem me solicitaram que escrevesse um artigo - o Ver. Aranha Filho também escreveu muitos artigos e assinou -, por sinal, artigo que será publicado na sexta-feira, de nossa autoria, e sempre me disseram que esses artigos, embora fosse responsabilidade do articulista, deveriam ser sérios. Pois este caso das cozinheiras não é sério. O Ver. Brochado da Rocha, Presidente desta Casa, na instalação desta Legislatura, disse uma coisa muito certa aos jornalistas que se encontravam aqui: não se tem notícia de parlamento fechado e que a imprensa seja livre. A imprensa e o Legislativo caminham passo a passo, Srs. Vereadores. Só uma vontade muito grande de desservir é que pode levar a colocar em choque, em exposição pública e faltando com a verdade, artigos como esse publicado hoje no editorial de Zero Hora. Me surpreende, porque a Zero Hora, com a qual colaborei muitos anos e onde mantenho as melhores relações com a direção, sempre foi um jornal sério. Por isto estou certo de que o editorial de hoje, que diz que esta Casa criou 280 cargos de cozinheira, vai ser reparado. No momento em que a direção, que é seriíssima e que faz um jornalismo limpo, tomar conhecimento, vai publicar um esclarecimentozinho, mesmo que seja numa parte menos lida do jornal. Se tem a impressão de que se está dando cargo para 280 senhoras desamparadas desta Cidade. Vai haver concurso público. As aprovadas vão ser cozinheiras dos CIEMs, são 19 CIEMs. As aprovadas vão cozinhar para os doentes do Hospital de Pronto Socorro. Mas aí será problema do Sr. Olívio Dutra. Eu volto ao Orçamento, aproveitando o gancho do Ver. Zanella, dizendo que acho que o Ver. Antonio Hohlfeldt que tem uma experiência, deveria ter dito ao Prefeito Olívio Dutra, ao qual desejo êxito, porque sempre defendi a Cidade, que o IPTU significa apenas 10% do Orçamento. Não há como aumentar funcionários nem tirar dos ricos para dar para os pobres, tirando do IPTU, porque é 10%. A maior quota compõe o Orçamento, 50% são as quotas do retorno o ICM e que são imprevisíveis. Uma chuva de granizo pode acabar com as previsões alegadas aqui, há pouco, pelo Ver. Antonio Hohlfeldt. Então, esta previsão é uma previsão baseada no ano anterior. Nós sabemos que a arrecadação excede, nós sabemos que a arrecadação ultrapassa qualquer previsão. As previsões feitas nestes 25 anos que nós encontramos nesta Casa sempre foram ultrapassadas, sempre se arrecadou mais do que se estimou. O brasileiro só fica tranqüilo se ele pagar o imposto da casinha dele. Se ele aumentou no fundo do seu quintal duas peças mais, porque a filha casou, ele quer pagar o imposto e fica tranqüilo pagando, porque ele se sente garantido e seguro.

O que deve fazer o Prefeito Olívio Dutra, se o Orçamento não corresponder, é apresentar as necessárias modificações. Ele deve apresentar, Srs. Vereadores, as suplementações que o Orçamento necessitar. Ele pode usar a Reserva de Contingência do Orçamento para suprir aquilo que está faltando. Então, é uma crítica dura ao Orçamento de um Governo que está entrando, de uma vassoura que parece que vai varrer bem e que pode quebrar o cabo logo depois. Se o Sr. Olívio Dutra pretende dar aumento ao funcionalismo, tirando do IPTU, que é 10%, não foi bem assessorado. Se pode fazer qualquer coisa, menos tirando do IPTU. E vou dizer a V. Exas. aquilo que já disse aqui uma vez: se um dia eu fosse o Prefeito efetivo da Cidade, cargo que exerci 41 vezes em substituição aos Prefeitos Villela e Thompson Flores, eu aboliria o IPTU, porque ele não tem representação no Orçamento, ele é aquele que atormenta as pessoas que têm menor poder aquisitivo para o pagamento no fim do mês, no fim do semestre, no fim do ano, e não significa nada para o Município. Nós sabemos disso. De 2000 para cá vieram cobrando impostos, cobrando impostos, desde os romanos... Mas ele é insignificante, ele não significa nada, e nós não precisamos manter mais nenhum centurião, com elmo brilhando, para nenhuma conquista de guerra, e, por isso, o IPTU poderia ser totalmente abolido do Orçamento dos Municípios brasileiros. Então, que o Orçamento, enviado pelo Prefeito Alceu collares, seja recebido como uma previsão, que pode ser distorcida, tanto para mais como para menos, como uma previsão que pode ser modificada pela Administração, que tem o direito de suplementar o Orçamento no 2º semestre e que tem o direito de apelar a esta Casa, usando novas frentes de recursos, criadas agora pela nova Constituição. Nós não aceitamos, sob hipótese alguma, a crítica, quando a mesma é apenas destrutiva e levada, apenas, pelo embalo daqueles que ganharam uma eleição num determinado momento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscritos para a discussão da Pauta Especial, passamos à

 

PAUTA

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2435/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 137/88, que autoriza a permuta de imóveis e dá outras providências.

 

PROC. 2436/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 138/88, que declara de utilidade pública a Congregação das Irmãs Servas da Imaculada Conceição da Virgem Maria.

 

PROC. 2437/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/88, que fixa valores para as tarifas de esgoto previstas no art. 40 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, e dá outras providências.

 

PROC. 2108/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/88, do Ver. Mano José, que estende as vantagens da Lei nº 5.595, de 04 de julho de 1985, aos servidores inativos, e dá outras providências.

 

PROC. 2320/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/88, do Ver. Antonio Hohlfeldt, que altera a Lei nº 3.607, de 27 de dezembro de 1971, e dá outras providências.

 

PROC. 2321/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/88, do Ver. Antonio Hohlfeldt, que estabelece a composição do Conselho Municipal dos Transportes Urbanos, instituído pela Lei nº 3.607, de 27 de dezembro de 1971, e dá outras providências.

 

PROC. 2300/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/88, do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Eduardo Mastalir um logradouro público.

 

PROC. 2344/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 057/88, do Ver. Antonio Hohlfeldt, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Srª Elly Rotermund Kohlmann.

 

PROC. 2377/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 175/88, do Ver. Jorge Goularte, que denomina Rua Engº Sérgio Schapoval um logradouro público.

 

PROC. 2407/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 134/88, que autoriza o Executivo Municipal a abrir créditos suplementares no valor de Cz$ 684.620.000,00 e dá outras providências.

 

PROC. 2413/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 177/88, do Ver. Jorge Goularte, que denomina Rua Dr. Waldemar Nestrovski um logradouro público.

 

PROC. 2425/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 058/88, do Ver. Hermes Dutra, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Oríbio Mingota dos Santos.

 

PROC. 2430/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 135/88, que declara de utilidade pública a Estância da Poesia Crioula.

 

PROC. 2431/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 136/88, que autoriza permuta de imóvel com Bruno Calinoski e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2088/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/88, do Ver. Nei Lima, que autoriza a doação de imóvel ao Lindóia Tênis Clube e dá outras providências.

 

PROC. 2216/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/88, do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Antonio Zugno Rossi um logradouro público.

 

PROC. 2269/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 054/88, da Verª Teresinha Irigaray, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito aos irmãos Arthur e Hermínio Dallegrave.

 

PROC. 2292/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 128/88, que declara de utilidade pública o Grupo Espírita Francisco Xavier.

 

PROC. 2293/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 129/88, que declara de utilidade pública o Asilo de Amparo à Velhice Família Gustavo Nordlund.

 

PROC. 2250/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/88, do Ver. Raul Casa, que altera as disposições contidas na Lei Complementar nº 124, de 22.10.1985, e dá outras providências.

 

PROC. 2254/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/88, do Ver. Brochado da Rocha, que denomina Praça Batalhão Suez um logradouro público.

 

PROC. 2280/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 055/88, do Ver. Mano José, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Arno Armindo Matte.

 

PROC. 2393/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/88, da Mesa, que acrescenta § ao art. 40 da Lei Complementar nº 133/85.

 

PROC. 2291/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 127/88, que declara de utilidade pública o Petrópolis Tênis Clube.

 

PROC. 2303/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 056/88, do Ver. Martim Aranha Filho, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Ubirajara Lauermann.

 

PROC. 2352/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 016/88, do Ver. Raul Casa, que altera a redação do artigo 31, inciso I da Lei Complementar nº 12/75, que institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2347/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 172/88, do Ver. Jorge Goularte, que denomina Rua Frei Albino Aresi um logradouro público.

 

PROC. 2396/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/88, do Ver. Werner Becker, que modifica o Código de Atividades da UTR 25, da UTSI 35, do Anexo nº 1 (Modelo Espacial), da Lei Complementar nº 43/79, Plano Diretor da Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Pauta. O primeiro inscrito é o Ver. Hermes Dutra. Desiste. Ver. Jorge Goularte. Ausente. Ver. Antonio Hohlfeldt. Desiste.

Solicito ao Sr. 2º Secretário que proceda à verificação de “quorum”, para que possamos entrar na Ordem do Dia.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: (Procede à verificação de “quorum”.) Há 19 Srs. Vereadores em Plenário, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, passaremos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO SECRETA

 

PROC. 2768/87 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/87, que dispõe sobre a urbanização da orla do Rio Guaíba, entre a Usina da Volta do Gasômetro e a Ponta do Melo, cria Fundo de Saneamento Básico para vilas populares e dá outras providências – Projeto Praia do Guaíba.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator, Ver. Caio Lustosa: nada se opõe ao acolhimento.

 

O SR. PRESIDENTE: As inscrições para o encaminhamento do PLCE nº 015/87 estão abertas. Não havendo quem queira encaminhar, passamos ao período e votação. Solicito aos Vereadores Jorge Goularte e Ignácio Neis para escrutinarem a votação. A votação é secreta. O Sr. Secretário fará a chamada nominal dos Srs, Vereadores.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Votaram 24 Srs. Vereadores , Sr. Presidente.

 

(É procedido o escrutínio: Treze votos SIM e 11 votos NÃO.)

 

O SR. PRESIDENTE: Acolhido o Veto Parcial aposto ao PLCE nº 015/87.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: A Mesa submete ao Plenário Requerimento de autoria do Ver. Brochado da Rocha, através do qual solicita seja o Proc, nº 2208/88 – PR nº 053/88 apreciado com prioridade sobre os demais Processos constantes da Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2208/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 053/88, do Ver. Brochado da Rocha, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Antonio Jesus Machado Cabreira.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Flávio Coulon: pela aprovação;

- da CEC. Sem Parecer.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 053/88. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Brochado da Rocha, solicitando seja o PR nº 053/88 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 0415/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/88, que extingue parte da Área Funcional de Preservação Permanente, da espécie Parque Urbano, e dá outras providências.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Caio Lustosa: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº 002/88. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 0416/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/88, que institui Áreas Funcionais de Interesse Urbanístico e de Interesse Público, extingue Área Funcional de Preservação Permanente e dá outras providências,

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Nei Lima: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº 003/88. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 0417/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/88, que altera o artigo 32 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e dá outras providências.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relatora Verª Gladis Mantelli: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº 004/88. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 0418/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/88, define o regime urbanístico a ser observado em Área Funcional situada na Unidade Territorial Residencial 13, da Unidade Territorial Seccional Intensiva 15 e dá outras providências.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº 005/88. (Pausa.) Em votação. Para encaminhar, com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt, por cinco minutos.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acabamos de aprovar, sucessivamente, com Pareceres do Ver. Caio Lustosa, uma Declaração de Voto minha e Parecer do Ver. Nei Lima, dois Projetos que regularizam áreas previstas, inicialmente, pelo Plano Diretor de 1979, como parques, mas que pela omissão, pelo descaso, pela ausência do Executivo - não estou, portanto, falando da atual administração, estou falando de várias administrações da Cidade -, se permitiram invasões, loteamentos clandestinos, aliás, alguns até oficiais, que são áreas vendidas para a COHAB e coisas deste tipo que, evidentemente, inviabilizam na prática a manutenção dessas áreas de reservas como parques urbanos. E, evidentemente, é melhor que se faça regulamentação dessas áreas diminuindo as áreas originais e parques, às vezes, em dois terços, como é o caso de um desses Projetos que passa de 53 para 16 hectares apenas, mas que pelo menos nesses poucos hectares se tenha um efetivo controle que, aliás, é um dos compromissos que a Frente Popular tem em relação à cidade de Porto Alegre.

Agora, temos um outro exemplo da omissão da fiscalização municipal, a exemplo do que já ocorreu com a TV Pampa, Faculdade Ritter dos Reis, Hospital da PUC e tantas outras instituições. Aí temos também a SOGIPA; constrói-se declaradamente ao arrepio da Lei, e eu lembraria aos senhores que até o Tribunal de Justiça do Estado fez essa prática; lembrarei que há dois anos fomos procurados pelos distintos desembargadores para legalizar uma coisa ilegal que a própria Justiça havia mandado construir, aqui, pertinho da Câmara, ali do lado do aterro sanitário do DMLU, um andar a mais, que o Plano Diretor não previa. Então, vejam o péssimo exemplo do alto do Judiciário, que é seguido, evidente, pelos cidadãos e pelas instituições menores, como o caso da SOGIPA, constrói ao arrepio da Lei, sabidamente, porque o arquiteto que fez o projeto não vai dizer que não sabia fazê-lo. Depois, como sempre, até porque ganham anistias, ganham tratamentos diferenciados, privilégios, vêm fazer o arreglo com a participação do Executivo e do Legislativo. É o caso deste Projeto. De qualquer maneira, o nosso Parecer foi, com todos estes senões, favorável, porque existe, de fato, a construção e por ser clandestina não paga o imposto devido. Então, evidente, é melhor que se regularize e se passe a cobrar o imposto, sobretudo porque fica claro que na próxima administração não vai haver anistia, sobretudo para os grandes e, portanto, vão pagar impostos, sim, como vão pagar taxa de lixo e por aí afora.

É neste sentido, portanto, que com todas as restrições possíveis, apesar de tudo, encaminhamos favoravelmente. É um fato real, concreto na Cidade, de que é melhor que agora regulamentemos, mediante a modificação do Plano Diretor, para cobrar o Imposto devido, do que pura e simplesmente mantê-lo na clandestinidade, além do que devemos reconhecer: não vai atrapalhar a vida de ninguém especificamente, a não ser diminuir a área verde de que dispunha a SOGIPA para ter mais uma construção para as suas festas e suas outras atividades sociais. Como o ônus, em última análise, é da própria instituição, dentro de uma área fechada, entendo que não chega a prejudicar efetivamente a Cidade, a população, a não ser a não-regulamentação que deixa de pagar o imposto devido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella): Solicito ao Ver. Mano José que assuma a presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Mano José): Com a palavra, o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no encaminhamento feito pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, S. Exa., nas suas razões até um pouco contrárias à aprovação de projetos semelhantes, apesar de dizer ao final que votaria favorável, eu coloco as razões que devam ser favoráveis à votação do Projeto. Os Srs. imaginem se a SOGIPA estivesse até hoje esperando pela aprovação dos seus projetos da Prefeitura Municipal! Encaminhados os projetos, iniciadas as obras, normalmente os projetos demoram 2, 3, 4, 5 anos para aprovação. Existem loteamentos nesta Casa que praticamente há dois anos circulam pelos gabinetes das Secretarias Municipais sem aprovação e posição. E não é uma entidade qualquer clandestina que fez esta construção, trata-se da Sociedade Ginástica Porto Alegre, instituição mais do que centenária que merece deste Legislativo a aprovação de seu projeto. Mais ainda, se diminuiu um pouco a área verde da SOGIPA, ainda tem muita área verde lá para ser usufruída pelos porto-alegrenses. Lá não mora ninguém. Logo, a necessidade de área verde é para a vizinhança. Aquele clube mantém seus equipamentos, suas canchas de esporte a toda população. Merece então, a SOGIPA, todo o nosso apoio, o nosso voto e aprovação deste Projeto por parte dos Srs. Vereadores que, hoje, tenho certeza, regulariza as construções da centenária Sociedade Ginástica Porto-Alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Pelo PMDB, encaminha o Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do PMDB encaminha a favor este Projeto, na sua maioria, a única ovelha desgarrada da Bancada é este Vereador que vem se manifestar contra este Projeto.

Trata-se do Projeto que regulariza todas as obras da SOGIPA. Ao regularizar todas as obras da SOGIPA, abre mais uma vez o precedente para que se regularizem todas as obras nesta Cidade, ou, pelo menos, as obras dos poderosos.

A SOGIPA, ao longo do tempo, embora uma Sociedade de alta tradição, de altos serviços prestados especialmente à burguesia da nossa sociedade, apesar de tudo, a SOGIPA se arvorou o direito de construir o que bem.entendesse na sua sede. E foi construindo tudo à revelia do Plano Diretor, sem tomar conhecimento se podia ou não podia construir, criando um dos maiores problemas de trânsito na cidade de Porto Alegre, que é a entrada do Clube na Rua Dom Pedro, que cada vez que tem um dos eventos realizados nestes prédios construídos à revelia do Plano Diretor, toda a Cidade é prejudicada. E, agora, o que acontece? Agora, ela vem aqui e solicita a regularização. E vai levar a regularização.

Nós estamos institucionalizando a ilegalidade, especialmente quando essa ilegalidade é praticada pelas camadas que têm poder aquisitivo. Nós já, há tempos, anistiamos todas as dívidas dessa sociedade: não pagam IPTU, não pagam ISSQN, não pagam absolutamente nada. Agora, no primeiro passo, regularizamos todas as obras clandestinas ilegais feitas pela SOGIPA. E as coisas entram e passam, e são aprovadas e são perdoadas, e as coisas vão-se fazendo assim nesta Cidade. De modo que, embora a Bancada do PMDB vote a favor, quero deixar aqui registrada a minha inconformidade e o meu voto contrário à liberalidade com que a Câmara está tratando desse assunto. Acho que não deveríamos, em hipótese nenhuma, favorecer a quem afronta a lei, e é o que exatamente nós estamos fazendo, em nome de que, eu não consigo entender. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscritos para encaminhar, colocamos em votação o PLCE nº 005/88. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PROC. 2738/87 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/87, do Ver. Pedro Ruas, que acrescenta parágrafo único ao art. 34 da Lei Complementar nº 12, de 07.01.1975 (Código de Posturas), e dá outras providências.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relatora Verª Teresinha Irigaray: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 017/87. Com a palavra, o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes da discussão do Projeto propriamente dito, eu gostaria da atenção dos Senhores, porque este Processo percorreu um caminho e foi objeto de uma série de notícias jornalísticas, que eu queria hoje colocar nos seus devidos termos. Este Processo foi encaminhado pelo Ver. Brochado da Rocha, para publicação em Edital, por se tratar de Lei Complementar. Dentro do prazo regimental, a Associação Gaúcha das Empresas de Propaganda ao Ar Livre - AGEPAL, apresentou suas razões, pelas quais era contrária. Na oportunidade em que este pedido era entregue, estava junto comigo o Jornalista Contursi, conhecido por Cascalho, e, logo depois, o Ver. Pedro Ruas, Suplente, que está aqui neste momento. E foi entregue, então, o Requerimento desta Associação, a AGEPAL, contendo as suas alegações contrárias. Nessa oportunidade, dei o seguinte despacho:

“À Direção-Geral: 1) Protocolar com o Processo do PLCL 017/87. 2) À Assessoria Técnica para informar. 3) Após, retornar o Processo a Presidência”.

Eu gostaria que o Ver. Werner Becker, que foi quem pediu urgência, fizesse a gentileza de me ouvir.

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. esta lendo um documento que eu conheço.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Só estou pedindo que V. Exa. me ouça. No outro dia, ou dois dias após, deparei-me no jornal com uma notícia plantada não sei por quem, de que havia sérias pressões contra a aprovação deste Projeto e que a Associação dos Propagandistas de Fumo estariam pressionando os Vereadores para não votarem o Projeto, dois dias depois. Depois, encaminhei correspondência para o jornal, dizendo que não havia pressão nenhuma, que não existia a Associação Gaúcha de Proteção aos Fumantes, ou coisa semelhante - depois de terminar o raciocínio, eu lhe dou o aparte, Ver. Werner Becker, se V. Exa. não quiser ouvir, não ouça. Depois de algum tempo, quando ainda estava em estudo na Assessoria Técnica, novamente surgiu na imprensa, em outro jornal, a informação de que os Vereadores não estavam votando, porque estavam sofrendo pressões dessas entidades, e, novamente, comuniquei-me dizendo que era um rito regimental, e que desconhecia qualquer tipo de pressão, mas sim, uma precaução e um seguimento a Lei Orgânica do Município, que determina que haja um prazo para que as entidades se manifestem. E por que encaminhei à Assessoria Técnica? Porque, Srs. Vereadores, junto com este oficio veio também um parecer especifico de Hely Lopes Meirelles sobre o assunto; como no parecer da Auditoria da Casa citava-se Hely Lopes Meirelles...

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) É que V. Exa. pede para eu ouvir, e depois não quer me dar o aparte, até parece que V. Exa. só quer que eu aprenda. É que V. Exa. só se dirigiu a mim, e acho que quase ninguém estava ouvindo o discurso de V. Exa., e depois fala em “plantar a notícia”. Fui eu que pedi o art. 44. Quero dizer que não sou lavoureiro de notícia, não plantei, e que pedi o 44 em homenagem ao meu colega e amigo, Ver. Pedro Ruas, que terminou o exercício da suplência, e me pediu para que, antes do término da Legislatura, este Processo fosse examinado, e eu achei razoável o tempo que ele já transcorria na Casa, e apenas isso.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Primeiro lugar, não disse que V. Exa. tinha plantado a notícia, mas que a notícia tinha sido plantada, por que era absolutamente inverídica e mentirosa e depunha contra os Vereadores desta Casa. Em segundo lugar, queria que V. Exa. me ouvisse por que V. Exa. pediu 44 no dia 21 de outubro; recebi este Processo no dia 12 de outubro e a notícia saiu lá pelo dia 14; logo, não estava me referindo a V. Exa., que acho incapaz de plantar notícias. Seria de minha parte irresponsabilidade com o Parecer de Hely Lopes Meirelles, de dez folhas, contra o Projeto, encaminhá-lo à votação dos Vereadores sem uma análise da Assessoria Técnica da Casa. Depois, continuaram a sair notícias espaçadamente, que havia pressões, etc., quando o Projeto está na Ordem do Dia desde que o Ver. Werner Becker pediu. Não tem sido votado, como dezenas de outros projetos aqui, que não têm sido votados por falta de “quorum”, eis que estávamos em processo eleitoral. O Projeto, pedido o artigo 44 do Ver. Werner Becker, foi incluído pela Presidência na Ordem do Dia e não foi votado junto com outros. Mais: há projetos que foram aprovados hoje, cuja Sessão Solene é amanhã, sendo um deles de autoria do Presidente da Casa, mostrando que todos projetos estavam sem votação nesta Casa, não apenas este. Para defender o bom nome da Casa, o bom nome da Mesa, sinto-me forçado a trazer este esclarecimento: o Projeto não foi votado não foi por pressão, não foi por nada, não o foi porque atende rigorosamente o que manda o Regimento Interno, isto é, colocar em edital para apreciação; colocado em edital para apreciação, veio o Requerimento dessas entidades, encaminhado à Assessoria Técnica no dia 17, retornou no dia 19 às mãos do Ver. Werner Becker e no dia 22 foi encaminhado para a Ordem do Dia. Quanto ao mérito do Projeto, não serei eu, sem análise da Assessoria da Casa, que votarei contra um Parecer de Hely Lopes Meirelles. Não sou advogado e este parecer tem alentadas 15 folhas, o jurista, advogado Hely Lopes Meirelles diz claramente que as Câmaras Municipais de Vereadores e o Município não podem legislar sobre este tipo de propaganda que cabe à União. Mais ainda, veda o Projeto a exposição em prédios públicos, etc., de propaganda de fumo, isto é, os bares do Mercado Público, os armazéns do Mercado Público não poderão mais ter propaganda de cigarros que aparecem no cinema, na televisão, no rádio e em tudo o que é lugar.

Então, declarando em primeiro lugar que eu não fumo e nunca fumei, que eu não sou dono de empresa de cigarro, que eu não sou dono de empresa de “out-door”, não os uso e nunca usei, votarei contra o Projeto, porque acho uma temeridade: nós votaremos um projeto sem um parecer mais apurado contra um parecer de um jurista como Hely Lopes Meirelles.

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. não entrou no mérito ainda, V. Exa. entrou na parte legal. Em relação à parte legal, eu quero dizer que, contraditado pelo brilho da Auditoria desta Casa, à qual V. Exa. se curva, parecer da Comissão de Justiça e em todo o caso por maiores méritos que tenha o Dr. Hely Lopes Meirelles, quero dizer que no mérito V. Exa. não entrou ainda.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Eu vou entrar agora. Ocorre que o parecer da Auditoria é de 11 de dezembro de 1987, bem antes da apresentação deste Parecer da Auditoria, da Advogada Marion, apóia-se em Hely Lopes Meirelles para aprovar. O Parecer da Auditoria apóia-se em Hely Lopes Meirelles, que traz outro parecer de 15 folhas dizendo que não pode. Então, o que eu pedi na época, no dia 12/10/88, quase um ano após o parecer da Dra. Marion, é que fosse para a Assessoria Técnica exatamente para dirimir estas dúvidas. E como para ele foi pedido o art. 44, as dúvidas não foram dirimidas. O parecer da Comissão de Justiça também é anterior a esta manifestação, porque a publicação que se faz dos projetos existentes é exatamente para que as entidades interessadas apresentem as suas razões, que não foram examinadas, a não ser por 1, 2 ou 3 Vereadores. O Ver. Werner Becker provavelmente o foi. Mas tenho certeza absoluta que a maioria dos Vereadores não sabe que entrou um parecer de Hely Lopes Meirelles dizendo que falece competência a esta Câmara Municipal de votar qualquer assunto sobre publicidade ao ar livre. Então, eu acho uma temeridade votar a favor do Projeto, vou votar contra o Projeto, e repito novamente: não fumo, não tenho bar, não tenho propaganda, não sou dono de empresa de “out-door”.

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, V. Exa. não está botando em dúvida a fidelidade da transcrição da Auditoria desta Casa.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Eu queria que a Auditoria visse de novo. Porque se a Auditoria diz que se apóia em Hely Lopes Meirelles, logo depois, Hely Lopes Meirelles diz que não pode.

 

O Sr. Werner Becker: Da extensa obra do administrativista Hely Lopes Meirelles, V. Exa. me dá 15 minutos, eu trago aqui: quando num lugar diz uma coisa e no outro, diz outra. Também não é só ele. Vários pareceristas e vários tratadistas de Direito Administrativo dizem ora uma coisa, ora outra na sua obra. E vou dar um exemplo específico: na chamada Lei Werner Becker, o desembargador Athos Gusmão Carneiro garimpou um trecho do Hely Lopes Meirelles a favor e um outro trecho contra.

Quer dizer, que essa história que o Sr. Hely Lopes Meirelles disse, ora, V. Exa., com toda vênia, eu também nos meus arrazoados, como advogado, eu já defendi uma posição e já em outra causa uma outra posição. É do nosso mister. Então, por dizer que o Dr. Hely Lopes Meirelles, agora, a pedido dos seus clientes, está dizendo que não pode, não tem nenhuma novidade. Agora, o Dr. Hely Lopes Meirelles está defendendo uma posição a pedido de seus clientes e como eu não tenho clientes, nesta caso aqui na Câmara de Vereadores, eu vou dar minha opinião independente do Sr. Hely Lopes Meirelles, porque eu tenho certeza que se pedisse isso ao Hely Lopes Meirelles, normal e logicamente, um parecer contrário, também daria.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Bem, eu não julgo os juristas e nem os advogados desta forma que dêem o parecer conforme a encomenda, mas ler eu sei e eu vou ler a V. Exa. o que está escrito. (Lê.) “1º) O Município não tem competência para legislar sobre o comércio de cigarros. Ora, se o Município não pode regular o comércio em matéria de competência privativa da União, claro está que não lhe é permitido vetar ou obstacular a propaganda de cigarros em seu território, quer diretamente quer indiretamente, por meio da taxação discriminatória ou excessiva da licença para publicidade. São Paulo, 3 de outubro de 1980”. Isso é há 8 anos.

Então, Ver. Werner Becker, quero que V. Exa. me entenda, o que eu queria e o que eu quero é que a Auditoria da Casa, a Assessoria da Casa dê o parecer, dizendo que o Projeto poderia ser votado favoravelmente, porque tinha o aval de Hely Lopes Meirelles e aparece agora um parecer de 15 folhas dizendo que não pode. O que eu queria é que essa assessoria técnica da Casa examinasse o assunto e desse o seu parecer. Era só isso que eu queria. Eu não queria que os Vereadores votassem sem esse parecer. Eu queria votar baseado no parecer. Como não vai ter parecer da Casa e sim um de um ano atrás, dizendo exatamente o contrário do que aparece agora, eu me proponho, em dúvida, a votar contra o Projeto. Se não tivesse sido pedido o art. 44, eu votaria, quem sabe, de outra forma ou não. Agora, neste exato momento, eu não quero expor esta Casa ao perigo de votar uma coisa que não lhe compete.

 

O Sr. Paulo Sant’Ana: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Zanella, eu vou discutir o mérito da questão, V. Exa. leu aí um parecer do Hely Lopes Meirelles, do qual ele diz que não cabe ao Município legislar sobre comércio.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Não! Sobre comércio em publicidade.

 

O Sr. Paulo Sant’Ana: Mas veja V. Exa., o horário de funcionamento do comércio, quem legisla sobre ele é o Município. Então, veja V. Exa. que isto aí não é uma verdade definitiva e nem abrangente.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: É que ele fala em comércio e publicidade de cigarros.

 

O Sr. Paulo Sant’Ana: Mas sobre o “sábado inglês” quem legisla é o Município, e é comércio. Evidentemente que outras questões mais profundas do comércio não cabe ao Município, mas há dentro de nossa competência vários aspectos em que a Legislação Municipal atinge.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Mas o Parecer do Sr. Hely Lopes Meirelles fala sobre propaganda de cigarros. O parecer dele é sobre propaganda, não é sobre comércio.

 

O Sr. Paulo Sant’Ana: Mas propaganda de cigarro, Vereador, o que ele quer dizer é que o Município não tem que estar regulando a propaganda de cigarro. Não é ele o censor da propaganda de cigarro. Mas a discussão aí é outra, é se o Município tem ou não direito de pedir que propagandas de determinados produtos sejam afixadas em “out-door”. É uma outra questão, me parece. Em todo o caso, como V. Exa. e todo o mundo já percebeu, a questão é muito discutível.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Veja bem que estou discutindo não o mérito, estou discutindo o que eu acho, que não deve esta Câmara votar um Projeto sem que seja analisado pelo seu corpo jurídico este parecer. É só isso o que estou falando.

 

O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero fazer uma sugestão a V. Exa.: vou requerer a retirada do Projeto, solicitar que a Auditoria dê, com urgência, o Parecer, e se ele for a favor do Projeto, acho que aí terei o compromisso de V. Exa. de votar a favor.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Aí vou examinar o Projeto, o mérito, que não examinei ainda. Agora, a questão é...

 

O Sr. Werner Becker: Vou Solicitar o Parecer e se ele for a favor do Projeto, terei o compromisso de votar a favor. Vou retirar, segunda-feira estará pronto, peço o 44 e V. Exa. que a única impugnação fez foi em relação ao Parecer da Auditoria, quero que V. Exa. vote de acordo com o Parecer da Auditoria, já que as razões suas, até o momento, são extremamente jurídicas.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Não li o Parecer do jurista Lopes Meirelles e não o analisei porque não sou advogado. Quero que a Auditoria faça isso. Foi isso que fiz no dia 12 de outubro, faz mais de mês que eu havia pedido isso e no dia 19 foi retirado.

 

O Sr. Werner Becker: E V. Exa. não tem assessoria jurídica, não amigos advogados, ninguém para consultar.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Na época estava na Presidência da Casa e me cabia pedir assessoria jurídica da Casa, da Mesa, não cabe à minha, como Vereador. É isto: acho uma temeridade votar sem este Parecer e é por isso que vejo que o Ver. Werner Becker finalmente concorda comigo, esperando-se, então, o Parecer da Auditoria da Casa para que convenientemente instruídos e orientados, os Vereadores podem votar e o prazo de segunda-feira, acho extremamente adequado.

O Sr. Werner Becker: V. Exa. não pode falar um pouquinho sobre o mérito.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Se o Projeto for legal provavelmente votarei a favor, porque não fumo e sou contra o fumo. Agora não quero arriscar e colocar esta Casa numa situação de ter recebido um Parecer que ela pediu e depois este não ter sido nem analisado. A Casa pediu este Parecer por um Edital colocado nos jornais de Porto Alegre, para que todas as entidades interessadas no assunto se pronunciassem. Veio somente um pronunciamento, que era contrário. Então, a Casa, que pediu essas colaborações, no mínimo deve analisá-las pela sua Assessoria Jurídica.

É o que eu imagino, é o que eu espero, é o que penso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. WERNER BECKER: Sra. Presidente, acho que posso formular verbalmente e depois passar por escrito.

Requeiro a retirada do Projeto, que passe à Auditoria da Casa para que seja dado o Parecer, que o examine com urgência e, em seguida, peço o art. 44, que até o dia 15 de dezembro ainda tem jeito.

 

A SRA. PRESIDENTE: Nobre Vereador, V. Exa. está solicitando um adiamento?

 

O SR. WERNER BECKER: Requeiro o adiamento por duas Sessões do PLCL nº 017/87. E também requeiro que seja encaminhado à Auditoria, para que, segunda-feira, tenha parecer.

 

A SRA. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento o Ver. Werner Becker que solicita o adiamento por duas Sessões do PLCL nº 017/87. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Mesa comunica ao Plenário que deferiu Requerimento de autoria do Ver. Jorge Goularte, solicitando que o Proc. nº 0492/88 – PLCL nº 002/88, que autoriza o Município de Porto Alegre a transformar área rural em urbana e dá outras providências, seja incluído na Ordem do Dia por força do art. 44, da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO – URGÊNCIA

 

PROC. 2337/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 014/88, que dá nova redação ao artigo 121, da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação.

 

A SRA. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando tenha o PLCE nº 014/88 adiada a sua discussão e votação por 02 Sessões.

Em votação. Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas gostaria de esclarecer os Vereadores, em respeito a cada Vereador, na visita do Dep. Olívio Dutra ao Prefeito Collares, quando se discutiu o Plano de Carreira do funcionalismo, com a presença do Presidente da Casa, Ver. Brochado da Rocha, ficou acordado de que se atrasaria a votação deste Projeto, para votá-lo concomitantemente com o próprio Plano de Carreira, buscando adequar um ao outro, já que o Sr. Prefeito aceitou reexaminar o Plano de Carreira, não retirá-lo, mas reexaminando, segundo as reivindicações do SIMPA, e segundo, eventualmente, a ótica que o Partido dos Trabalhadores venha a ter sobre este Projeto.

É neste sentido. E como a Liderança do PDT não se encontra no Plenário, neste momento, explicava ao Ver. Werner Becker...

 

O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Diria o seguinte, que esta Emenda que fiz, foi, ao menos, para dar uma segurança para o funcionalismo, a partir de 1º de janeiro. Só quero alertar V. Exa. sobre uma posição de antes das eleições. Este Plano de Carreira é matéria extremamente complicada para ser votada em três, quatro dias. Então, pergunto o seguinte: se há o compromisso do Prefeito eleito Olívio Dutra de pedir ao Prefeito condições de que possa ser votado, ainda este ano, o Plano de Carreira ou não?

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Houve, exatamente, este diálogo do Prefeito Olívio Dutra com o Prefeito Alceu Collares. E veja, Ver. Werner Becker, para que fique público, eu votei com V. Exa. a Emenda e não mudo o meu voto. O que queremos é compatibilizar e examinar uma e outra coisa.

 

O Sr. Werner Becker: Mas, há uma outra condição de que vocês não mudam o voto. Este Projeto tem que entrar, tem que ser viabilizada sua votação. Eu, sinceramente, não estou vendo jeito, não gostaria de cobrar isso do PT, a quem eu respeito muito, antes de assumir uma primeira incoerência. Seria extremamente doloroso.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ver. Werner Becker, o SIMPA realiza no dia de ontem, hoje, um seminário sobre o Plano de Carreira. Nós estamos aguardando a posição do SIMPA, que reúne os funcionários municipais. A partir desta posição é que nós queremos, exatamente, sentar com as Lideranças, inclusive com V. Exa. e definirmos. Então, se não entrar o Plano, se for clara a posição do SIMPA, contrária ao Plano, se as Lideranças da Casa decidirem acatar o pedido do SIMPA de rejeitar o Plano ou até de pedir que S. Exa. o Prefeito Collares retire o Plano, coisa que a nós ele disse que não faria, V. Exa. tem meu compromisso de manter o apoio à Emenda de V. Exa., portanto, a este Projeto. Este recado está dado por V. Exa., o meu voto com o voto de todos os Vereadores que sempre atuamos, aqui, ao lado do funcionalismo. Em nenhum momento pretendemos prejudicar o funcionalismo, queremos apenas compatibilizar se possível uma coisa e outra. Na impossibilidade de votar, eu, pessoalmente, quero dizer tenho a mesma visão de V. Exa.; se depender da minha posição, eu rejeito esse Plano por todos os desvios que ele provoca e, portanto, fico com a Emenda de V. Exa., que não trará prejuízo nenhum e garante a parte mais importante que é o salário, para se corrigir o resto no futuro.

Agora, como houve esse diálogo, eu aqui estou trazendo a minha opinião e mais um acerto que foi feito entre o Prefeito Collares e o Dep. Olívio Dutra, com a presença do Presidente da Casa e como isso ia ser retirada da Pauta da próxima Sessão de sexta-feira. Mas já estava nesta, então nós encontramos essa solução de adiar um pouco, de compatibilizarmos isso e de prestarmos conta ao Plenário, muito especialmente a V. Exa., até por que apoiamos essa Emenda, nesse primeiro momento.

 

A SRA. PRESIDENTE: Para encaminhar, com a palavra o Ver. Hermes Dutra.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores , eu vou votar contra o adiamento. Eu até entendo o posicionamento do Ver. Antonio Hohlfeldt, mas acho que nós não devemos misturar alhos e bugalhos. Isso não tem, absolutamente, nada a ver com o Plano de Carreira. É uma alteração no Estatuto do Funcionário e que garante a bimestralidade nos aumentos a nível de inflação. Eu até tinha para mim, confesso a V. Exa., que esse Projeto havia sido aprovado, mas hoje com surpresa vi que não havia sido aprovado, até porque nós já tomamos algumas decisões em cima desta premissa de aumento bimestral dos funcionários. Ora, se o PT vai aceitar, ou não vai aceitar o Plano de Carreira, isso é uma outra questão. Agora, isso aqui, garante o aumento de dois em dois meses para os funcionários municipais a nível da inflação.

Então, eu não vejo ligação de uma coisa com outra. Respeito o direito que o PT tem de avaliar, aliás, é obrigação do PT, porque quem vai pagar é o próprio PT.

Agora, não posso concordar com o adiamento, é uma questão de posicionamento pessoal, porque não vejo ligação de uma coisa com a outra. Isso garante a bimestralidade para os funcionários, a não ser que o PT queira dar a mensalidade aos funcionários. Diante de uma promessa dessas eu até fico pelo adiamento, mas fora disso votarei pelo adiamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como não posso mais voltar à tribuna, gostaria de dizer ao Ver. Hermes Dutra que não posso assumir, neste momento, a questão da mensalidade, porque seria uma falta de responsabilidade, mas a idéia é por aí. Segundo lugar, Vereador, a bimestralidade, ela já está garantida no Projeto de aumento de setembro. O que se acrescenta aqui é a manutenção do índice oficial de inflação. E o que eu posso assumir com V. Exa., com clareza, é a nossa idéia de eventual otenização, é exatamente para poder otenizar tudo. Tentar um parâmetro equilibrado para ter a recuperação do salário funcional. Agora, estou aqui, na verdade, Vereador, apenas praticando um ato que foi combinado, quando da visita ao Prefeito Collares. Inclusive, não estou necessariamente assinando embaixo. Apenas houve esta preocupação e estou tratando de executar isto aqui.

 

A SRA. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PL, o Ver. Jorge Goularte. V. Exa. tem cinco minutos, sem apartes.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, o Partido Liberal encaminha contrariamente ao adiamento. Acho que nós temos, nesta Casa, votar todos os Projetos que estão aqui, sem que se retire nenhum, porque não vai ser a eleição de um partido ou outro, de um Prefeito ou outro que deve mudar o curso das coisas. Acho que agora já se pensa diferente. Do palanque ao Palácio há modificações de pensamentos e, no que concerne a este Vereador, vamos votar por tudo que estiver na Casa, especialmente o que for em relação a funcionários, seja do DEMHAB, seja o Plano de Carreira, seja esta modificação que até é muito generosa, porque em São Paulo o Jânio Quadros otenizou e botou mensal. Quer dizer, mensalmente, e a Erundina já está pulando mais do que pipoca em panela quente. Antes pedia que fosse semanal, não interessa de onde vem o dinheiro, tem que pagar semanal e, agora, o discurso deve ser cumprido. Do palanque ao Palácio a mesma posição. Eu entendo que os Projetos que estão na Casa, todos eles, nós devemos cumprir com o nosso dever até o último segundo. Aqueles que não foram reconduzidos, tudo bem, não discuto, mas vou cumprir com o meu dever até o final. Vou votar como tenho feito sempre - até alguns dizem que é o que me custou a eleição - pelos funcionários, embora possa ter reflexos negativos na opinião pública, quando é mal conduzida, quando a notícia sai errada e leva à população uma situação distorcida. Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sou contra o adiamento e quero votar todos os Projetos em Pauta, sem nenhuma exceção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 2º Secretário que proceda à verificação de “quorum”.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO: (Procede à verificação de “quorum”.) Há 15 Srs. Vereadores em Plenário, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE: Não havendo “quorum” para a continuidade da Ordem do Dia, está encerrada a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h52min.)

 

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